Brainstorm criativo sem bagunça: como organizo ideias no processo publicitário
- debs
- 5 de abr.
- 4 min de leitura
O brainstorm é um dos momentos mais clássicos (e temidos) do processo criativo na publicidade. Ele aparece para montar uma grade de conteúdos, planejar campanhas de tamanho PP à G, desenvolver conceitos e até dar aquele start em um roteiro. Mas a verdade é que muitas dessas reuniões acabam com uma nuvem de ideias soltas — e pouca clareza sobre o que, de fato, tem potencial para virar algo.
Como redatora publicitária, já caí nessa armadilha algumas vezes. Até que comecei a usar minha experiência a favor da organização de ideias e descobri que o brainstorm criativo funciona muito melhor quando tem um pouco de método no meio do caos. Nada mirabolante — só um jeito de não depender de post-its amassados resgatados no fim do dia.
Aqui compartilho 3 dicas que não são mágicas, mas podem te ajudar a manter o processo criativo leve, produtivo e com direção.
Ah, e se você ainda não está familiarizado com as técnicas de brainstorm, recomendo esse artigo da Miro (dica da Debs universitária que fui um dia!).

1. Pré-reunião: o que pode ser feito antes do brainstorm criativo começar
Sempre que vejo na agenda uma reunião para novo projeto ou campanha, sigo um pequeno ritual que me ajuda a entrar preparada no brainstorming:
Verifico se tem briefing anexado;
Peço um resumo antecipado do pedido do cliente para o gestor de projeto ou atendimento;
Repasso informações-chave da marca: propósito, últimas campanhas, público, dores e qualquer dado que ajude a clarear o cenário.
Esse levantamento inicial já me deixa um passo à frente — e, se você costuma se sentir pressionado nas reuniões, vai notar como esse preparo ajuda a relaxar. A ansiedade diminui quando a gente se sente no controle.
A partir disso, começo a pensar nas possibilidades: anoto ideias soltas, busco referências, faço um mini benchmark com outras marcas. Nem sempre precisa ser algo robusto — às vezes, só entender se o desafio é B2B ou awareness já muda tudo. Um projeto B2B pode se beneficiar de e-mail marketing, dark posts e mídia programática. Já uma campanha de topo de funil talvez funcione melhor com uma grade de conteúdo bem planejada e influenciadores alinhados.
E se não deu tempo de se preparar? Tudo bem. Nesse caso, meu conselho é: ouça com atenção, tome notas e faça perguntas — da mais simples à mais complexa. Muitas vezes, o próprio atendimento não pensou em certos pontos, e perguntar ajuda a alinhar toda a equipe desde o começo.
2. Ferramentas: onde organizo minhas ideias e evito bloqueios criativos
Briefing passado, perguntas feitas — mas e as anotações?
Sair de uma reunião de brainstorm criativo sem anotar nada é, pra mim, pior do que chegar nela sem saber do que se trata. Anotar é o primeiro passo para transformar bagunça em progresso.
Minhas ferramentas favoritas de organização:
Miro: durante anos, foi minha queridinha. É intuitiva, bonita e colaborativa. Ideal pra quem gosta de uma experiência visual no brainstorm. Tem templates prontos e post-its virtuais pra organizar os problemas, ideias, soluções e tudo o que vier.
Docs & Ppts: atualmente, uso mais o bom e velho Google Docs e Apresentação. Menos visual? Talvez. Mas o segredo é criar um método. Costumo anotar todas as informações num doc e depois usar perguntas-chave para destravar ideias. Ao fim da reunião, meu objetivo é ter claro o quê, como e onde, porquês também são importantes.
Papel e caneta: meus aliados em projetos menores. É o momento em que deixo a mente livre e anoto do improvável ao óbvio. Depois, compartilho com a equipe e filtramos juntos.
Mais importante do que a ferramenta é sair com direcionamento: saber pra onde ir, com quais ideias e quais próximos passos. Isso evita retrabalho, bloqueios criativos e reuniões eternas.
3. Virou bagunça? Respira, volta e alinha
O ambiente publicitário é cheio de ideias boas — mas também de dias ruins. Às vezes, a equipe não chega a um consenso ou o projeto parece grande demais para as ideias que surgiram. E aí… caos. Bloqueio criativo, frustração e aquela reunião que termina sem nada resolvido.
Quando sinto que isso aconteceu, costumo aplicar uma técnica simples: voltar ao início.
Não significa descartar tudo, mas sim reavaliar com o time o que ainda faz sentido. Aqui vão alguns pontos que uso pra organizar as ideias e resgatar o foco:
Retome o briefing: Não é preciso reler todo o briefing, mas vale focar nas informações principais e repassá-las com a equipe. Se perceber que alguma ideia está fugindo do problema central, questione com cuidado, mantenha o diálogo aberto e, o mais importante: trabalhe com lógica, não com achismos.
Analise a viabilidade: ideias grandes são incríveis, mas nem sempre cabem no momento. Considere o orçamento, o tempo e se aquela ideia faria mais sentido em outra etapa da jornada da marca.
Foco na estratégia: criatividade precisa andar de mãos dadas com lógica. Vale questionar se as soluções são mensuráveis, se resolvem um problema tático real, se estão alinhadas com os objetivos da marca e público.
Direcione a decisão: sinalize as ideias em que você acredita e abra o jogo com os colegas e gestores. O brainstorm criativo é colaborativo, mas precisa de alguém que dê o pontapé inicial.
Na maioria das vezes, esse “voltar ao começo” resolve o impasse, as pessoas vão revisando e entendendo novamente o que faz ou não sentido. É um ajuste de rota que economiza tempo e energia no longo prazo.
Organizar as ideias faz o processo fluir — e o trabalho render
Quando sabemos o que se espera e acreditamos no caminho, apresentar as ideias se torna mais leve.
Por isso, meu processo criativo gira em torno de informação, organização e direção. Não precisa engessar o brainstorming — mas criar um contorno ajuda a transformar ideia em entrega.
Em mais de cinco anos de experiência com redação publicitária, usei esse método em todo tipo de projeto: de campanhas pra TV até os posts do dia a dia de social media. Se você também vive o caos criativo da publicidade, espero que esse texto te ajude a colocar mais lógica (e menos sofrimento) nesse momento tão importante do trabalho.
Conheça um pouco mais sobre minha experiência no mercado aqui.
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